domingo, 25 de julho de 2010

POLIANA e BRUXA MÁ - O INÍCO


Poliana acordou radiante. Receberia a importante visita dela, a Escolhida. A preferida Dele, seu ídolo e mentor. O grande líder, o guia, o guru, o messias. Ser supremo - o Magnífico! Mestre de todos os mestres. Mago do ilusionismo. Inventor do impressionismo. Descobridor do etanol. Fundador do Pré-sal. Criador do Mundo da fantasia. Por onde Ele anda milhares de estrelas surgem a sua volta. Em sua presença o céu é mais azul. O sol torna-se brilhante como nunca dantes fora. Os famintos saciam-se de sua generosidade. Os pobres enriquecem com sua sabedoria. Os tolos bebem de seu conhecimento. Todos se rendem ao seu magnetismo. O mundo coloca-se aos pés Dele, o Pacificador.
Até Oposição emudece com sua existência, e silenciosamente o idolatra. Alimenta furtivamente o antigo sonho de pertencer ao seu exército de nobres, honrados e bem vestidos cavalheiros: os Mensaleiros. Ordem de escudeiros que protegem ao Magnífico. Conhecidos por sua valentia e pelo estranho jogo de quadril que fazem durante a marcha. Contam os sábios, que para defender o grande mestre, os Mensaleiros trazem junto ao corpo, imponente arma de destruição das massas. O volume, assombroso e indecente, fica desconfortavelmente escondido junto ao corpo, depositado em largas cuecas (confeccionadas especialmente para este fim). Os maços indecorosos dificultavam sobremaneira o caminhar, sendo responsáveis pelo excêntrico e esdrúxulo gingar de seus quadris, semelhante a uma debochada e libertina dança, que embriaga
e seduz ao povo que sustenta e financia suas luxúrias.
Diz a lenda que até mesmo Bruxa Má já fora seguidora do Mago dos Magos. Acompanhava-o deslumbrada, junto com uma constelação de crédulos, por todos os lugares, encantada com tanto saber e desprendimento. Até que um dia, a então jovem e virginal bruxa, se defrontou com os Mensaleiros. Havia um preço a pagar se queria seguir ao Guia. Precisava mostrar-se capaz de abnegação. Deveria ofertar uma espécie de dízimo. Escolha difícil, aquela. Era preciso presentear ao Mago com seus sonhos ou seu cérebro. Bruxa Má, vaidosa e fútil, preferiu manter seu atrofiado e inútil cérebro. Entregou aos mensaleiros todos os seus sonhos e foi condenada a vagar pelo mundo sem cultivar ilusões. Sem sonhos, tornou-se uma asquerosa e flatulenta figura. Incapaz de qualquer sentimento mais nobre. De sua boca saiam apenas corrosivas e nauseabundas palavras ácidas que ela, rancorosa e alienada, dirigia sempre ao seu antigo guru e seus sectários. E foi assim que Poliana tornou-se alvo desse malévolo e repugnante ser. Poliana nunca conseguira entender, que os fins não justificassem os meios. Para ela todos os meios deveriam ser usados para alcançar aos seus fins e, é claro, aos de seu clã. Ideologia, mundo melhor, sempre foram apenas lugar comum. Singelos e proféticos discursos de Horário Eleitoral. Servem apenas para ludibriar os tolos e ignorantes que seguem cegamente ao seu clã. “Não é possível que alguém, em sã consciência acredite realmente nessas falácias!”, pensa a despudorada e maquiavélica Poliana.

3 comentários:

  1. Quem vai ganhar a luta contra os Mensaleiros? Eles estão voltando...

    ResponderExcluir
  2. Será que não existe Inquisição nesse reino?!
    Alguém deveria queimar essa bruxa mentirosa e agourenta em uma grande fogueira!!!!

    ResponderExcluir
  3. Então a bruxa má ja caiu ao menos alguma vez nos encantos dos Petralhas?

    ResponderExcluir

Havendo dificuldades na postagem dos comentários, o campo URL poderá ser deixado em branco.