domingo, 14 de novembro de 2010

O Apagão Natalino de Poliana


Poliana acordou sobressaltada. Que grande gafe cometera. Tão deslumbrada se encontrava nos últimos meses, com o desempenho vigoroso e magistral de sua turma, que descuidara da vida, e do reino. O brilho ofuscante de sua constelação de companheiros, toda a alegria, cor e fantasia de Horário Eleitoral, circuitaram-lhe as idéias. Pois não é que se esquecera das festividades Natalinas! Todo ano, nesta época o reino se cobre de luzes, estrelas e anjos. Tudo muito iluminado e colorido. O povo se torna mais sentimental e solidário. Até Imprensa Livre fica menos ranzinza e mais benevolente. Velhos obesos e barbudos circulam sudoréticos pelas ruas, desejando boas festas aos transeuntes. O clima é de confraternização e amizade até mesmo entre rivais e desafetos.
E Poliana não lembrara das luzes! E agora, o que fazer? Onde conseguir tantas luzes, assim de chofre? Precisaria improvisar. Estrelas seriam fáceis de encontrar, devem ter sobrado centenas de Horário Eleitoral. Poderia conseguir alguns barbudos entre os amigos mais ortodoxos do SindiPelego. O negócio era jogar algumas bolas coloridas sobre as árvores; sobras e retalhos de bandeiras nos telhados e um pouco de anilina na fonte d’água em frente ao Castelo. Fonte d’água que, aliás, mais se assemelhava a um borbulhante e desgovernado caldeirão de bruxa (argh! Poliana odeia bruxas!) prestes a explodir. Pelo que dizem seus súditos, parece não haver nenhum bobo em toda corte com capacidade mínima de ajustar os jatos e jorros, de forma a tornar mais harmonioso e menos grotesco o espetáculo das águas. Fazer o que? Melhor desligar a fonte para não ensopar os passantes. Montaria um belo palco no centro do reino. Um show choroso com a nova dupla Pavão e Torresminho. Muitos discursos e retóricas, e é claro: cartazzes! (Poliana adorava cartazzes). O resto deixaria sob responsabilidade dos membros da OP (Orquesta Partidária). Eles eram mestres em pirotecnia, transformavam nada em coisa alguma com muita pompa e circunstância. “É, acho que, como sempre, conseguirei transpor mais este desafio”- pensa a iluminada Poliana.

4 comentários:

  1. Anualmente voltamos a Erechim, por estes dias de final de ano, este ano fomos surpreendidos pela falta de luz da nossa Velha Querência. Observamos bolas brancas, feitas de plástico de baixa qualidade. Perguntamos, colocarão luzes coloridas nestas bolas? ... Responderam, não... acho que não... são sobras do ano passado, e não tinham luz... Achei que era apenaso começo da instalação dos brilhos natalinos, mas pelo que voce me conta... Decepcionei!... Boas Festas. Abraço.

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  2. Achei mesmo o reino um pouco escuro e depressivo nesta época. Será que Poliana irá tomar providências? Espero que sim.
    Talvez nos alimentaremos de sobras de luzes de outros Natais.
    Natal é uma data um pouco burguesa, não é? Talvez seja essa a explicação pro apagão.

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  3. Aff, ano passado já haviam utilizado as sobras do outro ano, imagina como vai ser neste !!!!
    De que adianta espalhar os tais "cartazzes" pra atrair turistas pra cidade, turismo do quê??????
    É deprimente!!!
    Pelo menos com apagão, enxergaremos um pouco menos as baboseiras que vem acontecendo.

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  4. Bem, como somos a bola da vez, nada mais justo que o natal seja feito de bolas não é, mas acho ex prefeito dr. Antonio deve estar louco, pois sua BRILHANTE idéia de criar o natal iluminado aqui, esta literalmente sendo demolida por esta administração que ele ajudou a colocar no poder, o natal mais pobre dos ultimos 15 anos com certeza, onde esta o dinheiro do municipio??? acho q furou a bola da vez

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