domingo, 6 de fevereiro de 2011

O Circo de Poliana


Poliana estava exausta. Que desgastante agenda de eventos tinha que cumprir. Eram tantos os memoráveis feitos de seu reinado que Poliana não perdia cada oportunidade de comemorar. O povo era mesmo muito ingrato em se queixar de sua rainha. Era impressionante como não conseguiam enxergar que seu reino era um gigantesco canteiro de obras e execuções. Para mostrar aos maledicentes todo o poderio estratégico de sua trupe, Poliana engajara-se numa cansativa maratona de inaugurações e eventos. Participava e divulgava, com muita pompa, circunstância, e recursos públicos, toda importante ação de seu inovador reinado. E eram tantos os eventos que Poliana já sofria de estafa. Inaugurações de canchas de bocha e churrasqueiras, colocação de tampas em bueiros e bocas de lobo, abertura de fossas sépticas, troca de lâmpadas de semáforos e postes públicos, pintura de faixas de seguranças para pedestres, plantio de dezenas de mudas de flores em canteiros e arranjo de vasos nas avenidas, revitalização de escorregadores e balanços, distribuição de lixeiras nos passeios públicos... Com toda vitalidade e desenvoltura desta inacreditável rainha, e o inestimável trabalho de ilusionismo dos membros da OP (Orquestra Partidária), conseguiriam em pouco tempo, transformar seus mais humildes súditos em fieis admiradores do teatro de Fantoches de Poliana.
Enquanto isso, o lixo continua a tomar conta do Magnífico Reino de Poliana.

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