domingo, 21 de agosto de 2011

A Batalha dos Aflitos no Reino de Poliana



Poliana sempre invejara o exército de cavalheiros que blindava de forma tão harmoniosa seu grande líder e messias, o Ilusionista. Quisera ela poder contar com um grupo tão coeso e desprovido de pudores na hora de garantir sua soberania como os irretocáveis Mensaleiros. Mas, infelizmente, a tropa de Poliana não detinha ainda a destreza necessária para protegê-la de seus invejosos opositores. Deixavam tantos buracos na blindagem que não havia no reino pedras ou piche suficiente para encobri-los. Eram tão amadores e pueris seus protetores que, por vezes, deixavam a pobre rainha rubra de vergonha e constrangimento.
Poliana recordava saudosa os tempos em que seu clã dispunha de armas poderosas para as irrepreensíveis batalhas no Campo das Idéias. Que bons tempos eram aqueles! – suspira sua alteza nostálgica. Como era prazeroso assistir seus companheiros aniquilarem os adversários com suas afiadas espadas da Moralidade e alvejar Oposição com seus certeiros projéteis de Ética disparados por suas pistolas automáticas chamadas Transparência. Como era engrandecedor deter o monopólio da decência. Os Guerrilheiros da Seriedade eram de fato dignos de respeito. Até Oposição mantinha secreto receio do poderio bélico desse exército. Mesmo quem duvidava das nobres intenções dos guerrilheiros guardava certa admiração por sua perícia no manejo dessas letais armas. E foram tantas e tão gloriosas as memoráveis vitórias no Campo das Idéias. Poliana ainda não entendia quando é que tudo isso se perdera afinal. Quando foi de fato que o Campo das Idéias dera lugar ao Campo das Ilusões e de que forma Transparência, Ética e Moralidade se tornaram obsoletas. O fato é que o tempo passou, e com ele foram-se também as ditas boas intenções. Nos dias atuais resta apenas a sua tropa um pouco de munição para a velha e gasta Ideologia Vazia. A evolução dos tempos fez com que seu clã se aperfeiçoasse a ponto de se tornarem exímios no uso de armas com maior poderio de destruição das massas: Mensalão e Propina. Armas estas, idealizadas e patenteadas por Oposição. Afinal, pensa Poliana, todos os meios de se conseguir os seus fins devem ser empregados na luta pelo poder. Não podendo mais contar com Moral e Ética para sua defesa, e com o Campo das Idéias soterrado por excrementos e chorume, era preciso improvisar. Na falta de bons argumentos, argumenta-se que do odor nauseante da decomposição da decência pode-se extrair ainda algum bom perfume. Trocam-se ideais por perfumaria. Vendem-se consciências. Barganham-se sonhos. Corrompem-se dignidade. Aniquila-se um povo, suas ilusões e crenças. Tudo é claro, com a mais nobre das intenções: o poder de se perpetuar no poder. Infelizmente o amadorismo de alguns de seus soldados no uso desenfreado de Propina já rendera muitas pedras para os bodoques de Oposição. Só Poliana sabia o quanto era árduo sua permanente batalha para se manter flutuando em meio a lama espessa de denúncias que ameaçava engoli-la. Para substituir a Moralidade perdida no inconsistente Campo das Idéias, os fiéis seguidores do grande clã inovavam no uso sorrateiro das ameaças e ofensas pessoais. Rastejavam com grande perícia entre ratos e dejetos. No afã de defender seu império, conseguiam por vezes, divertir a todos, até mesmo a patética Oposição, com a infantilidade de seus hilários e desgovernados golpes baixos. Era preciso amadurecer essa estratégia. – reflete Poliana pensativa. Divertimento era para ser ofertado ao seu povo como forma de encobrir a sujeira e imundície de seu reino, não para munir ainda mais os invejosos críticos de seu reinado transbordante de populismo e vazio de integridade.

5 comentários:

  1. A dona do blog não tem capacidade para escrever esses contos, quem escreve é José Adelar Odi ou Ody, sei lá, mas é bastante conhecido como cachaça, borracho dentre outros...

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  2. Não conheço pessoalmente o Sr. José Adelar Ody, mas sou leitora assídua de suas colunas e tenho certeza de que ele jamais precisaria usar outras pessoas para se manifestar. As palavras escritas, assim como as atitudes de um homem, dizem muito de seu caráter. Desta forma, para mim é um elogio ser comparada com o Sr. Ody que é sem dúvida jornalista de grande talento. De todas as ofensas escritas pelo Sr.(a) anônimo(a), comparar a habilidade nata do Sr. Ody no uso das palavras a meus medíocres textos, é sem dúvida, a única que poderá causar-lhe algum dissabor. Mas, tenho convicção, não ter sido essa a intenção de quem fez o anônimo comentário. De qualquer modo, obrigada pelo elogio.

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  3. Ah! Ficou preocupada. Se não, não teria respondido.

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  4. o pior tipo de politica.....

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