domingo, 10 de janeiro de 2016

Ano Novo, velhas promessas

         Ano novo! Velhos projetos! Essa parece ser a máxima de Poliana e sua corte. No apagar das luzes de 2015, a magnânima Poliana propõe como novas metas a conclusão de tudo o que já divulgara com pompa e alarde no ano que findara. E em todos os anos anteriores. Ao menos nós, os súditos, não precisaremos pagar por mais alguns polpudos anúncios midiáticos de obras mal iniciadas e eternamente inacabadas. Será só reeditar as velhas e surradas propagandas oficiais dos últimos anos.
Neste ano, importante ano de pleito, toda ilusão fajuta deverá sair do campo das promessas e ilusões e adentrar no campo do concreto e alicerce. O anel viário finalmente será mais do que estacionamentos em oblíquo a estreitar antigas vias, e passará a ser alternativa real e prática a desafogar o trânsito no centro do reino. As sinaleiras, com o inovador projeto de inclusão semafórica, serão, enfim, uma maravilhosa onda verde a fazer fluir o tráfego. Os famigerados e odiados buracos no asfalto, serão finalmente combatidos por Poliana e sua trupe. O tapete negro do asfalto cobrirá cada pedaço carcomido das, até então negligenciadas, vias públicas. Assim garante Poliana, a rainha da inclusão asfáltica, em período eleitoral.
O pronto atendimento em saúde, antiga e surrada promessa de campanha, após quase oito anos, felizmente se tornará realidade. Era uma questão de honra para nossa rainha Poliana. É bem verdade que não seria toda aquela extasiante utopia vendida nos últimos anos, e em Horário Eleitoral, mas a culpa era da crise que corroía orçamentos e aniquilava ideologias e promessas.  Não era demérito ou incompetência de Poliana, era o desastre internacional da economia que corroera as boas intenções reais.
A transposição do rio que abasteceria o reino em tempos de estiagem, também estava alguns anos atrasada. Culpa, é claro, do desalinhamento estrelar e de ambientalistas radicais, obviamente. O lema de nossa rainha será repetido feito mantra nesse novo ano: se não houver seca, água não faltará! Que assim seja, desejam os parvos súditos da rainha.
 Os velhos e moribundos prédios históricos, continuarão velhos, moribundos, decrépitos e desassistidos. Com tantas prioridades reais, como propaganda, publicidade e salários de parasitas, não havia espaço no orçamento para coisas velhas e bolorentas. Questão de necessidades históricas, constata Poliana e sua vasta corte socialista. A verdadeira e democrática história desse pequeno reino, só iniciou há 7 anos. Assim, acredita nossa rainha. Assim, seus súditos são forçados a acreditar também. Antes de Poliana, tudo era negro e decadente. Como o asfalto e o velho mato, hoje bem menos verde e muito mais limpo, à espera da construção do progresso ecológico sobre suas vivas e verdejantes ruínas. Mais uma esplendorosa e prometida obra de Poliana. Mais uma pobre ilusão vendida. As velhas árvores (idosas e indecentes árvores invasoras!) foram criteriosa e meticulosamente derrubadas.  Com elas, os ninhos de pássaros, igualmente parasitas. Tudo em nome do progresso e de um ambientalista projeto de conscientização ecológica. Nesse ano, curioso e espetacular ano, até os ninhos de pássaros hão de alegremente brotar do chão, feito promessas.
Bem vindos a 2016! Mais um ano de promessas vazias. Mais um ano de gestões inconsequentes. Mais um ano de sonhos insolúveis e mentiras mal acabadas. Mais um ano de ilusões simplórias. Mais um ano, dentre tantos outros, onde contribuintes, compulsoriamente, deverão financiar propagandas torpes e mentirosas - e sonhos! Sonhar é o que resta a quem trabalha e sustenta as algazarras com dinheiro público, a morosidade e incompetência dos gestores eleitos e as mentiras proferidas em Horário Eleitoral. Sonhar, é a moeda de um povo que se faz povo por só saber sonhar e aceitar. Sonhar e esperar, é o que nos resta como povo. Esperemos e sonhemos, como povo que somos, que neste novo ano tudo seja diferente. Só nós, o povo, continuaremos o mesmo.

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